terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Trio do bem

"Feliz 2016! Feliz todo dia!"
A gente fica tão envolto com os problemas cotidianos, tão focado nas urgências e emergências que a vida impõe que se esquece de valorizar o que, de fato, é fundamental. No balaio de múltiplas tarefas, acaba sobrando quase tempo nenhum para cuidados que nutrem a alma e fazem com que cada um justifique sua presença no mundo. 

É fato que 2015 não foi o ano de Alice no país das maravilhas, como alguns comerciais de TV tentam fazer crer. Tampouco, foi o retrato do apocalipse como é pintado em algumas retrospectivas. A exemplo de outras eras que passaram, teve bons e maus bocados. 

Entre inúmeras manifestações superimportantes, invoco perdão, gratidão e fé. São três palavrinhas simples de significado amplo e profundo. Praticadas com a merecida frequência e intensidade, compõem o trio perfeito para embalar a virada de ano e recepcionar bem 2016. Afinal, o que justifica um perdão não pedido nem concedido? Ou um “muito obrigado” não dito? Ou a ditadura do pessimismo de que tudo ficará pior?

Penso que nossos esforços precisam ser dirigidos à meta de sermos pessoas melhores. Não mais ricas e nem mais poderosas. Apenas – e isto é de nobreza ímpar – pessoas melhores.

Tanto os bens materiais quanto o poder são efêmeros. Passarão e se transformarão num piscar de olhos da eternidade. O que fica é a bagagem de conhecimentos. E o que cada um traz na alma. 

Sob a ótica do que é fundamental, a matemática de perdas e ganhos se desprende do sentido convencional. O balanço passa a ter outro contorno. Estar no verde ou no vermelho depende diretamente do bem que se faz ou se deixa de fazer a alguém. São ações que enriquecem ou empobrecem a alma humana. E isto independe do saldo na conta bancária e das posses.

A cada dia, reafirmo minha convicção de que o ser humano foi criado para ser bom. Nenhuma obra de Deus poderia ser ruim. Mas, com o privilégio do livre arbítrio, nem sempre a escolha é o caminho do bem. As opções erradas vão corroendo a alma até não restar sequer o pó. 

Da mesma forma, é possível fazer escolhas certas. E ficar do lado do bem. Não requer prática nem habilidade. Apenas o desejo sincero e o trabalho firme de cultivar as dádivas recebidas do Criador. O mundo precisa de pessoas melhores, cada vez melhores.

Para levar adiante essa revolução interior, vale começar pelos pequenos acertos. Agradecer sempre, todo o tempo, por tudo. Até as situações aparentemente adversas merecem gratidão. Elas trazem grandes lições e até o sofrimento necessário para despertar a força interior, passaporte para a superação. Sim, a capacidade de se erguer e seguir em frente, sem lamentar ou sucumbir à autopiedade.

Dentro dos pequenos acertos, está a necessidade do perdão. Em mão dupla. Ser indulgente e também pedir perdão. Nenhum mortal está imune aos erros. Portanto, a regra é a mútua compaixão. Se vai vestir branco na virada do ano, pular sete ondas ou fazer qualquer outra simpatia, ótimo. Mas, tome uma atitude de bem para 2016: limpe sua alma, derramando sobre todas as dores e sentimentos ruins o sagrado bálsamo do perdão. Perdoe quem lhe causou frustrações, reate os laços com familiares de quem você se afastou e restabeleça a harmonia no seu cotidiano. Você vai se sentir livre e leve. 

Por fim, mas não menos importante, está a fé. Fé em um novo dia, fé nas pessoas, fé no mundo, fé na vida. Não há perspectiva que se abra sem fé. Tudo pode ficar mais belo, menos doloroso e promissor quando se acredita em novas possibilidades. 

Falo de perdão, gratidão e fé em todos os sentidos. São palavras que precisam ser traduzidas em atos no dia a dia. Usemos direito o trio do bem: perdoar, agradecer e nutrir a fé. Tenhamos saúde, determinação, paz, coragem, sabedoria e bondade para fazer de nós mesmos pessoas sempre melhores. Feliz 2016! Feliz todo dia!

Junji Abe é líder rural, foi deputado federal pelo PSD-SP (fev/2011-jan/2015) e prefeito de Mogi das Cruzes (2001-2008)

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Quais as chances de Jesus?

Longe dos embrulhos de presente, das bolas coloridas na árvore e do clima natalino, penso no filho de Deus, que deu origem à sagrada comemoração do Natal. Há 2015 anos, ele foi incompreendido, tido como blasfemo, fraude e uma ameaça ao poder da época. Nada fez para merecer os rótulos que o levaram ao martírio extremo e à crucificação. Tudo fez para tornar o mundo melhor. Era humilde, bondoso, pregava a paz e o amor ao próximo. Exatamente por suas qualidades e dons divinos, foi assassinado pela humanidade.

E nós? A humanidade dos dias de hoje. O que faríamos ao filho de Deus? Começa pela fé. Acreditaríamos Nele? Ou acharíamos que se tratava de mais um charlatão – entre os tantos existentes, querendo se aproveitar da boa vontade do povo? Mais ainda. Num mundo atolado em mazelas, com cada um buscando a brasa só para a própria sardinha, como reagiríamos a alguém que pregasse o absoluto desapego não só ao dinheiro e a outros bens materiais, mas também à qualquer cobrança emocional? 

Como lidaríamos com um ser que desprezasse a riqueza, fosse incorruptível, despido de vaidades e não quisesse o famigerado poder? Ao contrário, que vivesse e dissesse que todos somos iguais, devendo nos amar uns aos outros? Pensaríamos tratar-se de um político demagogo? A mídia buscaria escarafunchar sua vida para tentar achar algo podre? Os denuncistas de plantão se apressariam em arrumar-lhe falhas de caráter, de conduta, de princípios? Seria tachado de esquerda radical ou de extrema direita? Cobraríamos que se posicionasse a favor ou contra o impeachment da presidente? Exigiríamos que entoasse um “fora Cunha”?

Até que ponto seríamos diferentes daqueles que o crucificaram? Teríamos nós a grandeza espiritual de ouvir o filho de Deus antes de sair acusando-o de algum falso malfeito ou de ser uma ameaça à ordem social? A humanidade se recusou a ouvi-lo há 2015 anos. Saberíamos fazê-lo hoje? Se Ele fosse empurrado para o banco dos réus, iríamos às ruas para atestar sua inocência e exigir sua liberdade? Ou, repetiríamos os erros do passado, preferindo poupar qualquer Barrabás em vez de Jesus?

Ao fazer essas questões, invoco uma reflexão sobre tudo o que o filho Deus representa, principalmente para os que, como eu, Nele acreditam. Apenas por um instante, removam da mente os presentes e as delícias da ceia. Pensemos no ser que veio para mudar o mundo. E mudou. Graças à nobreza da sua alma e à verdade das suas lições. Apesar das grotescas falhas humanas. Apesar das imensas fraquezas da civilização. Apesar de tudo... “Quais as chances de Jesus nos dias de hoje?”, pergunto. E respondo que Ele não precisa. Já nos mostrou o significado de amor, deu-nos a esperança do renascimento e a certeza de que o Pai olha por nós. Precisamos aproveitar a chance de aceitar – e praticar – o que Ele ensinou. Então, despidos de ambições, usemos a oportunidade de sermos melhores. De sermos mais fraternos. De sermos também filhos de Deus. E brindemos o aniversário do Mestre, trazendo para todos os dias o significado do seu nascimento e vida. Viva Jesus! Feliz Natal!

Junji Abe é líder rural, foi deputado federal pelo PSD-SP (fev/2011-jan/2015) e prefeito de Mogi das Cruzes (2001-2008)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Juventude antenada

Muitas vezes, ouvi dizerem que adolescentes e jovens da atualidade costumam ser alienados e pouco se importam com os rumos da sua cidade, Estado e País. Estou feliz em afirmar que não é verdade. Dois fatos recentes provam que, se desafiada, a juventude responde com intensidade e competência. 

Um dos acontecimentos se deu no cenário doméstico para a elaboração do Plano Diretor Municipal da Juventude de Mogi das Cruzes, que traz o planejamento de políticas públicas específicas para os jovens nos próximos 10 anos. A comunidade com idades entre 15 e 29 anos respondeu ao chamado do Conselho Municipal da Juventude. Nada menos que 55 mil jovens participaram das audiências promovidas em 60 escolas estaduais de Ensino Médio da Cidade. Do movimento, surgiram centenas de propostas. Destas, 300 foram acolhidas no documento a ser submetido à aprovação da Câmara Municipal.

"Dois fatos recentes provam que, se desafiada, a juventude
responde com intensidade e competência."
Além de apontar demandas como incentivo a novas chances de primeiro emprego, mais vagas em cursos de ensino profissional e tecnológicos, passe livre ou parcial no transporte coletivo para permitir a frequência em iniciativas de aprimoramento educacional ou profissional e abertura de prédios públicos para atividades esportivo-culturais e de lazer nos finais de semana, os jovens provaram que desejam interferir com a política. Cobraram ferramentas para ampliar sua participação nas decisões do poder público.

Isso ocorre num momento de extrema fragilidade da classe política, inundada pela falta de credibilidade sob a sucessão de condenações judiciais e de denúncias de corrupção. É, portanto, meritório ver a juventude interessada em colaborar com a Cidade na expectativa de ajudar a reverter o quadro deplorável de desesperança na política brasileira. Ponto para os jovens que responderam “presente”. Ponto para o prefeito Marco Bertaiolli que incentivou a participação e acolheu as manifestações. Ponto para a sociedade que só tem a evoluir com a efetiva inserção da juventude na definição e condução das políticas públicas.

O outro acontecimento movimentou jovens do Estado inteiro. Tudo começou com uma iniciativa que deveria ser nobre, mas virou um fiasco por causa de como foi conduzida. Falo da proposta de reorganização escolar. O foco da Secretaria Estadual de Educação, proveniente de longa pesquisa, era ajustar a realidade do ensino no mundo atual. Visava preparar crianças e jovens para as jornadas futuras da vida profissional. A meta anunciada era aumentar o número de escolas, divididas por ciclos e por idades. Assim, aprende-se melhor, especializa-se mais, fiscaliza-se melhor, evitam-se conflitos, agressões e bullying. 

Ocorre que o, então, secretário estadual mandou bala na ideia, sem discutir o tema com a sociedade. Ignorou o que pensavam alunos, professores e pais. Pior, colocou no pacote o fechamento de escolas. Talvez, não esperasse tamanha mobilização popular que levou para as trincheiras os jovens que muitos diziam ser alienados. Eles ocuparam centenas de unidades escolares e enfrentaram, de peito aberto e cabeça erguida, a polícia mais poderosa do País, enviada pelo Estado para desocupar os prédios, numa tentativa de dissipar o imbróglio que ele mesmo criou. 

A bravura e determinação dos jovens paulistas fez o governo desistir da reorganização escolar. E mais: inspirou as pessoas. Tanto, que em Mogi das Cruzes foi constituída uma associação para combater eventuais novas tentativas de fechar estabelecimentos de ensino. O movimento chamado “Nossas Escolas, Nossos Direitos” é o pulso da sociedade tomando a defesa dos direitos adquiridos. Tornou-se a cereja do bolo da mobilização popular em torno do assunto. Àqueles de pouca fé, fica a lição de que, às vezes, coisas ruins despertam coisas muito boas. É o caso da juventude antenada. 

Junji Abe é líder rural, foi deputado federal pelo PSD-SP (fev/2011-jan/2015) e prefeito de Mogi das Cruzes (2001-2008)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Costumes admiráveis

A primeira vez em que estive no Japão, um dos fatos que me chamou a atenção, já no aeroporto, foi o uso de máscaras hospitalares por várias pessoas. Não se trata de lei, norma nem nada do gênero. É costume de japoneses colocar o equipamento por causa de alergias, viroses ou simples resfriados. Parece estranho, mas contribui muito para evitar a propagação de doenças contagiosas. 

No Brasil, os japoneses deixaram o público boquiaberto ao recolherem o lixo do chão do estádio, logo após a partida de futebol, durante a Copa de 2014. Não havia obrigação. Era apenas o senso de responsabilidade baseado no conceito simples de que, se sujou, deve limpar. Também é com essa naturalidade extrema que tiram os sapatos para entrar em casa, na sua e na dos outros. Ou, incentivam os restaurantes a oferecerem pano quente e úmido para que os clientes limpem as mãos antes das refeições. Questões de higiene e de respeito. Consigo mesmo e com o próximo. 

Por falar em limpeza, desde crianças, os japoneses aprendem que devem limpar aquilo que sujam. Tanto que a faxina das escolas, inclusive dos banheiros, é feita pelos próprios alunos como parte da grade curricular. Particularmente, acho extremamente válido e útil o ensinamento. É a semente da cultura que, mais tarde, conduzirá a práticas como a de recolher o lixo do estádio de futebol. Ou garantir que as ruas do País do Sol Nascente estejam livres da sujeira que se entulha nas nossas.

Entretanto, soube de mães brasileiras que, no Japão, transferiram os filhos de escolas nipônicas para outras mantidas com costumes do Brasil. Achavam humilhante suas crianças limparem banheiro ou lavarem a louça que usaram para a merenda. Além disso, ficavam assombradas com o fato de os pequenos aprenderem a lavar as próprias meias, encardidas propositalmente depois de caminharem sem calçados dentro e fora do estabelecimento.

Outra curiosidade é a inexistência do ato de dar gorjeta no Japão. Nem em restaurante, táxi ou qualquer tipo de serviço. Oferecer dinheiro a mais é interpretado como insulto, porque há o entendimento de que o cliente já está pagando devidamente pelo serviço que recebeu. 

Para completar a lista de situações que ilustram o tamanho das diferenças culturais, vale reparar que, no Japão, é comum ver as mulheres pagando a conta em restaurantes. São exploradas? Não. São as donas do dinheiro. O marido entrega o salário à esposa e ela controla os gastos do mês. Podem me acusar de feminista, mas acho a prática excelente. As damas costumam ser bem mais criteriosas na gestão financeira doméstica. 

"Como se vê, toda sociedade tem seus erros e acertos"
Apesar da importância desses costumes para chancelar a disciplina e rigidez dos orientais como alicerces de uma sociedade mais justa, organizada e respeitosa, o Japão detém uma das maiores taxas de suicídio entre países desenvolvidos: são 18,5 para cada 100 mil habitantes. O paradoxo é que o senso de responsabilidade, tão cultivado entre os japoneses, é também um dos fatores que tornam o povo nipônico mais propenso a tirar a própria vida. 

Muitos idosos com problemas financeiros se matam para aliviar suas famílias do que entendem ser um peso extra. E ainda garantir que recebam o dinheiro do seguro de vida, porque as companhias japonesas costumam pagar a indenização, mesmo em casos de morte por suicídio. Como se vê, toda sociedade tem seus erros e acertos. Aí, reside a beleza e o mistério da humanidade. E é bom que seja assim. Acima de tudo, vale aprender costumes admiráveis e absorver o que é útil.

Junji Abe é líder rural, foi deputado federal pelo PSD-SP (fev/2011-jan/2015) e prefeito de Mogi das Cruzes (2001-2008)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Mapeamento inédito

"No ano passado, o segmento movimentou mais de
R$ 10 bilhões e garantiu 190 mil empregos diretos"
É sabido que a informação é um dos bens mais preciosos da humanidade. Até agora, o Brasil não tinha uma radiografia da cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais. Parece bobagem? Não é. Em especial, para a Nação que tem na agricultura o principal sustentáculo do seu PIB. O mapeamento inédito mostrou que, no ano passado, o segmento movimentou mais de R$ 10 bilhões e garantiu 190 mil empregos diretos, investindo R$ 2,8 bilhões em salários, além de gerar R$ 2,5 bilhões em impostos.

Os dados constam do estudo desenvolvido pela Fundace/USP (Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia da Universidade de São Paulo). Foi financiado por meio de emenda parlamentar ao Orçamento da União, no valor de R$ 200 mil – via Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento –, que apresentei, enquanto deputado federal, em atenção às solicitações da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo) e da Cooperativa Veiling Holambra. 

O levantamento tem o condão de subsidiar ações para dinamizar a estrutura produtiva, principalmente por meio de cooperativas, ampliar o consumo interno e incentivar as exportações que são o destino de apenas 1% do que é cultivado. Por incrível que pareça, a balança comercial é negativa: importamos R$ 83 milhões em 2014 e vendemos só R$ 55 milhões no exterior. As informações são preciosas para o planejamento e execução de ações voltadas a aprimorar a atuação de todos os elos da corrente e atender com eficácia quem compra os produtos.

Para nossa Cidade de Mogi das Cruzes, que é líder brasileira na produção de espécies como orquídeas, o estudo tem especial valor. Ajuda os produtores a responderem, com propriedade e eficiência, as demandas do consumidor, melhorando seus resultados. O PIB da cadeia de flores no Brasil foi de R$ 4,5 bilhões no ano passado. 

A escassez generalizada de informações sobre as cadeias produtivas é um dos principais entraves para o fortalecimento do setor. As correntes de olerícolas (verduras, legumes, tubérculos e bulbos), champignon, mel e derivados e de outros itens destinados ao abastecimento do mercado interno também terão de passar por mapeamento completo. Um dos maiores desafios a serem vencidos é a sistematização dos dados para apurar o diagnóstico e, então, trabalhar nas soluções.

A primeira radiografia da cadeia produtiva e do mercado consumidor de flores e plantas ornamentais provou que o setor tem potencial para se consolidar como um dos grandes segmentos nacionais e se tornar um forte exportador. Mais que isso. O mapeamento orienta a formulação de políticas públicas direcionadas ao segmento. Ocesp, Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura) e a Câmara Setorial já trabalham na implementação de uma agenda estratégica para combater os gargalos identificados.

Organizado pelo professor da Faculdade de Engenharia e Administração da USP Marcos Fava Neves, o estudo indiciou as dez principais necessidades. Destacam-se transporte e armazenagem mais adequados, com a modernização das Ceasas (Centrais de Abastecimento), a formação de profissionais especializados no segmento e a melhoria de fiscalização e controle para evitar a entrada de pragas e doenças no País, além do acesso a financiamentos e o imprescindível aumento do consumo interno.

Cada brasileiro gasta US$ 9 dólares por ano em flores e plantas ornamentais. Na Suíça, o gasto per capita anual é de US$ 174; na Noruega, US$ 164; na Áustria, US$ 109; na Holanda, US$ 80; nos Estados Unidos, US$ 58; Japão, US$ 45; e Inglaterra, US$ 30. Até o argentino compra mais que o brasileiro: US$ 25 por ano. O baixo do consumo desses itens não é de hoje, por causa da recessão econômica. É histórico. E é uma situação que se repete com as hortaliças e frutas. Constrói mais um indicador de que algo precisa ser azeitado nas cadeias produtivas. 

Todos os dados do Mapeamento e Quantificação da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil em 2014 estão no livro, disponível para acesso gratuito. Nele, recebo honrosas menções, como a do presidente da Ocesp, Edvaldo Del Grande: “Não podemos deixar de agradecer ao deputado federal Junji Abe, cooperativista da região de Mogi das Cruzes que, apoiado pela Ocesp, conseguiu recursos do Ministério da Agricultura para viabilizar tal estudo”. 

A significativa gratidão ao trabalho das organizações envolvidas virá da sociedade brasileira, quando brotarem os frutos dessa radiografia. Afinal, o crescimento do agronegócio tem impacto positivo direto sobre o bem-estar social. Com a expansão do setor, ganha toda cadeia produtiva, inclusive o consumidor que ganha em qualidade e preços. Ganha a economia brasileira em aumento de receita; ganha a população em empregos, renda e mais investimentos públicos em setores essenciais, como educação, saúde e transportes.

Junji Abe é líder rural, foi deputado federal pelo PSD-SP (fev/2011-jan/2015) e prefeito de Mogi das Cruzes (2001-2008)