sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Esquadrão social contra o lixão zumbi

Mogi está com sinal de alerta ligado, por conta de um fenômeno zumbi que insiste em ressuscitar, à revelia do repúdio generalizado da população do Alto Tietê. Trata-se do resgate da malfadada ideia de instalação de um aterro sanitário no Distrito Industrial do Taboão. 

Quando a Cidade parecia estar livre da ameaça de sediar o nefasto empreendimento, em sua remanescente e mais preciosa localidade para expansão empresarial, eis que ressurge o fantasma do lixão. 

Como cidadão mogiano, ex-prefeito e deputado federal, convido as pessoas de bem, que defendem o desenvolvimento sustentável e zelam por um futuro digno para as gerações vindouras, a integrarem o esquadrão antilixão. 

Desde que terceirizamos a limpeza pública e desativamos o deplorável Lixão da Volta Fria, nossa Cidade deixou de ter necessidade de um depósito de lixo. Ganhou condições para buscar uma solução sustentável para o destino final dos rejeitos domésticos. 

Numa iniciativa louvável, o governo paulista, por meio da Sabesp, passou a trabalhar na instalação de uma usina regional de incineração e transformação em energia do lixo gerado em Mogi e nas vizinhas Biritiba, Salesópolis, Guararema e Arujá. Conhecido por sua eficiência ambiental, técnica e energética, o modelo proposto vem ao encontro da substituição da prática arcaica de enterrar lixo por métodos de tecnologia limpa. Tem tudo para ser exemplar no Brasil onde o governo federal, lamentavelmente, ainda deixa cidades paupérrimas atoladas com o problema do lixo doméstico. 

Efetivar o nefasto projeto no Taboão implica sepultar a única área disponível para expansão empresarial. Leia-se a geração de milhares de empregos para a Região, e de arrecadação de tributos. Não bastasse, inviabiliza os produtores que fazem do local um significativo polo de flores e fruticultura, inclusive o assentamento consolidado do Incra. Também acena com a contaminação dos mananciais que servem ao abastecimento de cidades de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, em detrimento da saúde pública, agressão à biodiversidade e outros sérios problemas. 

A área usada para enterrar lixo fica contaminada e sua recuperação – se acontece, porque as empresas costumam largar os ônus para a sociedade – demora quase um século. Assim, um aterro sai dez vezes mais caro que uma usina de incineração. 

É fundamental a mobilização social que continuará forte, alavancada pelo Movimento Aterro Não! e pelas autoridades públicas do Alto Tietê – prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais. A nobreza da causa conquistou também o importante apoio do representante máximo da Igreja Católica na Região, o bispo diocesano dom Pedro Luiz Stringhini. Sabiamente, ele questionou os “interesses” que levam a empreiteira a insistir tanto no licenciamento do projeto, contra a vontade da sociedade mogiana. 

Igualmente, me solidarizo com os parlamentares da Câmara Municipal de Mogi, que assinaram a moção de repúdio ao aterro sanitário, proposta pelo vereador Juliano Abe. Nossa Cidade não deseja este câncer para seu povo, seu solo, seu futuro. Engrosso o esquadrão antilixão e conclamo: vamos, juntos, de novo, reforçar as trincheiras contra o lixão zumbi!

Junji Abe é deputado federal pelo PSD-SP

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