sexta-feira, 21 de maio de 2010

Vitrine do desenvolvimento real

Recém-lançado pelo governo paulista, o sistema digital criado para avaliar o potencial econômico das regiões do Estado mostra de maneira cristalina o quanto São Paulo é fascinante para empreendedores dos mais diversos segmentos. De dentro e de fora do País. Batizado de Potencialidades-SP, o estudo é uma vitrine virtual das cidades, onde o investidor encontra as localidades com as melhores condições para a atividade pretendida. Tudo rápido e objetivo, como um sistema on line deve ser. E confiável por sair de um fonte oficial.

Disponibilizado no site www.investe.sp.gov.br/potencialidades, o sistema possibilita ao empreendedor obter o cruzamento de dados entre seu ramo de atuação, as condições existentes, seus interesses sob diferentes aspectos e as localidades com melhor perfil para receber o investimento.



Para identificar quais são os municípios mais promissores ao desenvolvimento dos variados segmentos de negócios, o estudo leva em conta 100 fatores de atratividade estruturais. Desde infraestrutura logística e energética até incentivos fiscais, passando por disponibilidade de áreas, características de zoneamento, capital intelectual, concentração de público (polos comercial e educacional, por exemplo), recursos naturais e limitações ambientais, entre outros.

O sistema criado pelo Estado faz o marketing das cidades paulistas, multiplicando as possibilidades de atração de investimentos. Antes, cabia a cada município alardear suas potencialidades na expectativa de conquistar novos empreendimentos.

Na realidade, faz mais. O diagnóstico proporcionado ao empresariado também funciona como excelente pauta para os prefeitos. Eles podem direcionar esforços para elevar os indicadores de maior interesse na avaliação dos investidores e obter melhor performance no ranking de localidades chamarizes de novos negócios.

Vale lembrar que a expansão empresarial alavanca a qualidade de vida da população. É a partir do desenvolvimento que o município consegue recursos para investir mais e melhor em saúde, educação, segurança, infra-estrutura, transportes, obras, esportes, cultura, lazer, enfim, em todas as áreas. Isto, além de gerar empregos e renda.

Falo por experiência própria. Cheguei à Prefeitura de Mogi das Cruzes com o desafio de reconduzir a Cidade à trajetória de desenvolvimento. A expansão empresarial estava congelada. Não havia perspectivas de novos negócios nem ampliação dos existentes. Por tabela, a arrecadação de impostos permanecia engessada, deixando os cofres municipais à mingua. Paradoxalmente, a população crescia e, com ela, as demandas sociais, sem que o poder público esboçasse reação.

Diante do quadro, a missão tornou-se obsessão. Providência número um: implantar a Política Municipal de Desenvolvimento. Foi uma ferramenta crucial para alcançar as metas. Envolveu, entre outros itens, legislação específica para atrair empreendimentos e estimular a expansão dos existentes – com incentivos fiscais, doações de áreas a pequenas e médias empresas –, revisão no zoneamento, criação de núcleos industriais, adequação e implantação do Plano Diretor, fomento às microempresas, profissionalização do mercado informal, instalação da primeira unidade do Banco do Povo na Cidade que, durante anos, foi campeã estadual em número de contratos formalizados. Tudo, em sinergia com outras instituições públicas, entidades classistas e universidades.

Paralelamente, a Administração Municipal multiplicou a oferta de cursos gratuitos no CIP - Centro de Iniciação Profissional. Eram apenas dois cursos e 280 vagas, em 2000. Já em 2003, o número de cursos havia saltado para 55, com 2 mil formandos anuais. A Prefeitura também criou um Posto de Emprego e Qualificação para agilizar a oferta e colocação de mão-de-obra conforme as demandas dos empreendedores, além de viabilizar a instalação de uma Fatec, de uma Intec – Incubadora Tecnológica. Tais fatos proporcionaram a Mogi, em 2004, a instalação de dois call centers que, em seis meses, abriram 8 mil postos de trabalho – na maioria, com perfil de primeiro emprego.



A bateria de ações conjuntas fomentou o crescimento industrial, oxigenou comércio, impulsionou o setor de serviços e fortaleceu os agronegócios, consolidando posições de vanguarda da Cidade na produção de hortifrútis e flores. Mogi ganhou cerca de 8,2 mil empreendimentos, entre indústrias, prestadores de serviços e estabelecimentos comerciais. Desponta no Ministério do Trabalho como um dos municípios que mais geraram empregos no País, no período de 2001 a 2008. Foram cerca de 115 mil, entre diretos e indiretos.

Isso tudo ocorreu, apesar das rigorosas limitações ambientais existentes para preservar os recursos naturais do Município que integra o sistema produtor de água destinado ao abastecimento da Grande São Paulo.

Para dimensionar o saldo desse trabalho, basta dizer que Mogi – proporcionalmente à densidade populacional – tornou-se recordista na constituição, implantação e ampliação de empresas, além de figurar no ranking nacional das 100 mais dinâmicas, ser catalogada como uma das mais bem administradas do País, uma das mais promissoras para trabalhar e uma das melhores do Estado para morar.

Para completar, a Cidade conta com o Distrito Industrial do Taboão – o maior e único espaço disponível na Região Metropolitana para expansão empresarial. São mais de 12 milhões de metros quadrados (m²), o bastante para abrigar 100 empresas – com 100 mil m², cada uma, empregar 45 mil pessoas e garantir um extraordinário na receita tributária, injetando nos cofres públicos cifra anual de, no mínimo, R$ 100 milhões referentes a ICMS e outros impostos. Preservado para a finalidade do crescimento empresarial, continuará viabilizando a evolução dos negócios com qualidade de vida.

O surto de desenvolvimento foi o passaporte para avanços nos diferentes setores. E credenciou o município a receber verbas dos governos estadual e federal para outras obras fundamentais ao bem-estar do povo e à atração de empreendimentos. Foi o caso da instalação de uma nova Estação de Tratamento de Águas e Esgotos, incluindo o sistema para drástica redução do lançamento de dejetos in natura nos rios.

Todos estes fatores são considerados no Potencialidades-SP. Não por menos, Mogi está no elenco dos municípios paulistas que oferecem as condições mais favoráveis para instalação de novas empresas na Região Metropolitana de São Paulo. Apresenta maior potencialidade para investimentos em metade dos fatores de atratividade estruturais, estando habilitada ao desenvolvimento das principais atividades agrícolas, industriais e de serviços.

Digo isso com uma porção de orgulho. Deixando a modéstia de lado, me sinto parte do processo de resgate do desenvolvimento em Mogi. Claro, sem perder de vista que os investimentos para atender as justas demandas da sociedade dependem de muito esforço, planejamento criterioso e bons parceiros – no setor público, iniciativa privada e sociedade civil.

Portanto, tenho absoluta certeza de que centenas de cidades paulistas precisam apenas de gestão eficiente, Plano Diretor adequado – que nada mais é que o planejamento integrado – e representantes comprometidos com os anseios da população para fazer aflorar suas potencialidades. E despontar, como Mogi, no ranking das melhores para receber novos empreendimentos.
Junji Abe (DEM) é ex-prefeito de Mogi das Cruzes

2 comentários:

  1. Excelentes considerações sobre o Potencialidades SP lançado pelo governo do Estado de São Paulo.
    Além de auxiliar possíveis investidores a identificar as atividades e os municípios paulistas que apresentam condições diferenciadas e favoráveis para a instalação de novas empresas, o sistema é uma ótima opção para alinhamento de estratégias voltadas ao fortalecimento das ações de instituições de fomento como o SEBRAE-SP ou para o direcionamento e criação de novas opções de cursos pelas FATEC e Universidades, alinhando aquilo que é oferecido nas salas de aulas às potencialidades locais.
    O empreendedor ainda pode identificar quais municípios contam com incentivos fiscais ou têm restrições para a implantação de empresas; quais as principais demandas para o desenvolvimento das cidades; e quais regiões do Estado são mais ou menos atrativas para a atividade de interesse do empreendedor. E MOGI DAS CRUZES, mais uma vez me dá muito orgulho!
    Espero que ainda possamos mobilizar universidades, empresas e o poder público agora organizado no CONDEMAT para a instalação de um parque tecnólogico por aqui, respeitando nossa vocação industrial, o conhecimento gerado nas universidades e as necessidades das empresas para melhoria de sua competitividade.
    Precisaremos de bons deputados para isso!!!
    Um grande beijo
    Ana Maria

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  2. Querida amiga Ana Maria:

    Muito obrigado pela suas considerações. Saiba que o Sebrae Alto Tiête, administrado por você e sua equipe, tem uma gigantesca participação na performance de Mogi das Cruzes. Aliás, o Sebrae-SP, com gente competente como você, é um multiplicador de potencialidades dos municípios.
    Beijão,
    Junji

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