sexta-feira, 19 de março de 2010

Escola Ambiental: de Mogi para o mundo

Quero compartilhar a maravilhosa notícia que recebi, por e-mail, nesta semana. A Escola Ambiental de Mogi das Cruzes obteve aprovação para todos os projetos inscritos no II Congresso Internacional Escolar – Recursos Naturais, Sustentabilidade e Humanidade, que será realizado em Braga, Portugal, no mês de maio. Outros três estabelecimentos municipais (EM’s Dermeval Arouca, José Cury Andere e José Alves dos Santos) também aceitaram o desafio de terem seus trabalhos avaliados pela comissão científica do evento e receberam aval para participação. Mais uma vez, o ensino mogiano ganha projeção mundial e a oportunidade de irradiar bem-sucedidas ações no campo da educação ambiental.

Contou-me a professora Maria Inês Soares Costa Neves, coordenadora da Escola Ambiental, que o desempenho levou a Comissão Organizadora a propor a presença de uma delegação mogiana no Congresso. Mais: outras quatro unidades da rede municipal (EM’s Prof. Mário Portes, Narcisa das Dores Pinto, Dr. Sérgio Benedito Fernandes de Almeida e Benedito Ferreira Lopes) preparam trabalhos voltados ao Ano Internacional da Biodiversidade (Unesco) para retratar “Mogi – 450 Anos de Preservação Ambiental”, em alusão ao 450º aniversário de fundação da Cidade, comemorado em 1º de Setembro.

Fico duplamente satisfeito. De um lado, pela extraordinária performance dos educadores mogianos, o que não me surpreende porque bem conheço a dedicação e competência da equipe comandada pela brilhante secretária de Educação, Maria Geny Borges Avila Horle. De outro, pelo carinho da sempre batalhadora professora Maria Inês em me informar de tão valiosas conquistas. Mais que isso, em compartilhar comigo, o ex-prefeito, o justo orgulho e alegria dos profissionais da rede municipal.




Aos amigos que me dão o privilégio da leitura de minhas postagens, explico melhor o que é a Escola Ambiental de Mogi das Cruzes. Foi inaugurada durante meu segundo mandato como prefeito, em junho de 2006. Brotou do conceito elementar de que o conhecimento é a chave-mestra para atingir qualquer meta. Portanto, para preservar é preciso conhecer, porque ninguém cuida daquilo que desconhece.





Incluímos a educação ambiental no conteúdo disciplinar da rede municipal. Mas, não queríamos ficar limitados ao culto de paisagens bucólicas como num comercial de margarina e nem aprisionados em temas distantes do cotidiano do aluno, como a campanha para salvar os pandas da China. Afinal, a porção norte da Cidade abriga a Serra do Itapeti, um dos maiores remanescentes de Mata Atlântica do Brasil. Também é polo produtor de água em função dos vastos mananciais. Isto, para dizer o mínimo. Sem contar, por exemplo, a necessidade de ampliar a adesão popular à coleta seletiva de lixo que já havíamos implantado.



Nosso propósito: conduzir o aluno por uma trilha de conhecimento onde ele próprio desejasse mudar de comportamento para preservar os recursos naturais. E ao mesmo tempo, passasse a cobrar posturas adequadas daqueles com quem convive. Buscávamos sepultar práticas nocivas ao meio ambiente e consolidar a consciência ambiental por meio de atitudes. Tudo isto exige bem mais que boa vontade. Educar para a preservação ambiental é uma missão árdua. Tínhamos de garantir o preparo adequado dos profissionais e incentivá-los a pesquisar métodos cada vez mais eficientes. Para atingir o propósito, era vital um trabalho conjugado de todas as escolas, em todos os níveis de formação.

A Escola Ambiental surgiu para responder a essa demanda. Acredito que a viabilização do investimento teve influência divina. A área onde erguemos a instituição foi doada à Prefeitura pelo DAEE que, por sua vez, recebera o terreno como compensação ambiental de um empreendimento privado vizinho, às margens da represa do Rio Taiaçupeba.


A unidade de 440 metros quadrados construídos funciona como Centro de Pesquisa e Formação de Professores das redes municipal, estadual e particular, em parceria com universidades, instituições e ONGs. Também proporciona condições para que as escolas elaborem projetos em Educação Ambiental com foco em ações concretas de preservação. Além disso, oferece programas de capacitação em biotecnologia, educação científica e palestras para a comunidade. Em média, atende 1,5 mil pessoas por mês, entre alunos e educadores.


Bem equipada e com estrutura funcional, a Escola Ambiental tornou-se referência no País. Abriga laboratório, videoteca, biblioteca multimídia, viveiro de mudas, salas de estudo e de reuniões, e dependências administrativas (veja mais no site http://www.sme.pmmc.com.br/). Educadores de todo o Brasil procuram a instituição para conhecer a experiência inédita em educação ambiental. Não tardou para que o reconhecimento do trabalho da equipe mogiana cruzasse as fronteiras do território nacional. A mensagem da professora Maria Inês assinalou mais uma merecida conquista.

Aí está, portanto, um exemplo cristalino da importância de políticas públicas direcionadas ao ensino de qualidade sob uma ótica abrangente, capaz de formar cidadãos pró-ativos em relação aos desafios do desenvolvimento sustentável e capazes de ver a realidade, compreendê-la e criticá-la com o intuito de resguardar o bem-estar coletivo.
Junji Abe (DEM) é ex-prefeito de Mogi das Cruzes

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