#VítimasBrasileiras – Com imensa preocupação e com
profunda tristeza, vemos crescer a intolerância, xenofobia e racismo contra
brasileiros em Portugal. Nem as crianças estão livres da violência. A ida de
brasileiros para Portugal acentuou-se no final do século XX e hoje são quase
400 mil em terras lusitanas, à procura de ensino de qualidade e de segurança
profissional. Eles não imaginavam virar vítimas. Há registros recentes:
- No aeroporto: A portuguesa agride verbalmente uma
brasileira de 35 anos “Pode filmar o que você quiser, pode até pôr na internet.
Sua porca, vai para sua terra, sua porca. Sou portuguesa de raça. Você é
brasileira. Vá para sua terra. Estão invadindo Portugal, essa raça filha da
p***”.
- Duas universidades, três escolas e um centro de
refugiados em Portugal, amanheceram com pichações racistas em seus muros: “Zucas,
voltem para as favelas. Não vos queremos aqui” (Zucas é o diminutivo de
Brazucas ou brasileiros).
- Crianças em escolas têm encontrado uma rotina de
abusos verbais, violência física e maus-tratos por parte de professores. É o
caso de uma criança de 5 anos que a professora amarrou na cadeira com fita
adesiva, ameaçando bater com régua em sua cabeça para que ficasse quieta. O
aluno tem diagnóstico de transtorno de déficit de atenção. Há ainda agressões
diárias de colegas. A direção do estabelecimento escolar não tomou providência.
- Uma mãe (não identificada por questão de segurança)
foi reclamar na direção da escola, mas acabou ameaçada de perda da guarda de
sua filha de 9 anos. A professora teria afirmado: “Cá não é o Brasil. A miúda
tem de vir à aula amanhã, ou vamos acionar a Comissão de Proteção de Crianças e
Jovens”.
- Quando as mães procuram a direção da escola
contra as agressões são obrigadas a ouvir frases sem nexo: “Cá não é selva de
onde vieste”.
O Código Penal proibiu, em 2007, maus-tratos
físicos e psíquicos contra crianças. Desde 1994, o Supremo Tribunal de Justiça
dispõe não haver preceito legal que permita maus-tratos a menores de idade. Diante
dessa degradante situação, grande número de famílias brasileiras está
retornando ao Brasil. Perdem empregos, conquistados, a sonhada qualidade de
ensino e até bens patrimoniais.
Indagado sobre os inimagináveis acontecimentos, o
Ministro da Justiça, Flávio Dino, manifestou-se: “Bom, se é por isso, nós temos
o direito por reciprocidade porque, em 1.500, eles invadiram o Brasil e nós
estamos de acordo. Concordo até então, devolvendo junto o ouro de Ouro Preto; e
aí fica tudo certo e a gente fica quieto”.
Questiono a razão dessa intolerância, xenofobia e
racismo dos portugueses contra nós. Creio que são manifestações de portugueses
que desconhecem a história, onde Portugal fora acusado de explorar cruelmente
as terras e os povos das terras ditas como descobertas por eles, como as nossas.
Levavam para seu país riquezas minerais, produtos da flora, como o pau-brasil,
e da fauna, com aprisionamento de de animais silvestres. Enfim, houve um período
de verdadeira escravidão do Brasil perante Portugal. Nem a Independência do País,
em 7 de setembro de 1882, a fez cessar. A rapinagem portuguesa em nossa Nação
somente se findou com a Proclamação da República, em 15 de novembro de
1889. #ViolênciaLusitana
(Imagem ilustrativa / Internet)
Junji
Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São
Paulo